Como escolher um agitador de laboratório

Os agitadores magnéticos são os mais usados nos laboratórios.

São compostos por uma base com um motor elétrico e a placa onde é colocado o recipiente com a solução, e ainda por uma barra magnética, que é inserida nesse recipiente. Quando ligado, o motor elétrico põe em rotação um ímã que, por sua vez, faz girar a barra dentro da amostra, agitando-a.

Agitador magnético 2mag

Estes são os critérios de escolha de um agitador magnético: 

• Com ou sem aquecimento: alguns agitadores magnéticos têm uma placa aquecedora que pode atingir temperaturas até 600°C.

• Material da placa de agitação: a placa do agitador pode ser de plástico, alumínio, cerâmica, aço inoxidável, etc. A escolha do material da placa deve, portanto, ser feita de acordo com o uso previsto do agitador:

          – O alumínio é mais resistente a choques térmicos;

          – A cerâmica não é afetada por produtos químicos;

          – O aço inoxidável é extremamente resistente.

• Número de posições: muitos agitadores magnéticos processam uma amostra de cada vez, mas também existem agitadores multiposições, concebidos para agitar até 60 amostras em simultâneo, dependendo dos modelos. 

• Volume das amostras: o tamanho da placa e a potência do motor devem ser adequados ao volume das soluções que serão agitadas.

• Velocidade de agitação: é determinada pela velocidade de rotação do motor e pode ser ajustada pelo usuário. De notar que a faixa de velocidades dos agitadores varia conforme os modelos. 

Os agitadores de hélice, também conhecidos como agitadores mecânicos, são indicados para agitar, misturar e homogeneizar líquidos mesmo de alta viscosidade. Consistem em um motor e uma hélice que é inserida na solução para a agitar. Estes agitadores são, portanto, posicionados por cima do recipiente, ao contrário dos restantes, em que o elemento que produz a agitação se situa por baixo do recipiente (como os agitadores magnéticos).

Agitador mecânico da DLAB

Estes são os critérios de escolha de um agitador mecânico: 

• Hélice: trata‑se do impulsor que se fixa no mandril do agitador. Existem hélices de diferentes materiais (aço inoxidável, Teflon, vidro) e configurações. A escolha depende da substância e da mistura pretendida.

– As hélices de pás permitem obter misturas bem homogeneizadas.

– As hélices tipo espátula são adequadas para misturas a baixas velocidades.

– As hélices tipo turbina podem ser usadas para conseguir um efeito de dispersão.

– As hélices tipo âncora permitem mover para o centro do recipiente as substâncias coladas às paredes do mesmo, promovendo assim uma maior homogeneidade.

• Capacidade de agitação: os fabricantes indicam o volume máximo que pode ser processado pelo aparelho. Geralmente, esse volume corresponde ao de uma solução com viscosidade equivalente à da água.
• Viscosidade e torque do motor: o torque é a força de rotação que o motor é capaz de gerar. Quanto maior a viscosidade da solução a ser agitada, maior deve ser o torque do motor. Nas características técnicas dos seus produtos, os fabricantes indicam o torque máximo do motor e a viscosidade máxima suportada.
  
• Velocidade de agitação: existem alguns agitadores de velocidade fixa, mas a maioria oferece uma faixa de velocidade variável. Assegure‑se de que opta por um modelo com uma faixa de velocidades que responda às suas necessidades. Os agitadores com controle digital da velocidade permitem ajustar este parâmetro com elevada precisão e repetibilidade.

Agitador Vórtex da VELP Scientifica

Os agitadores Vórtex estão entre os mais utilizados, principalmente em biologia molecular. Destinam‑se a misturar rapidamente soluções em tubos de ensaio ou em microtubos.

São compostos por uma base pesada com um receptáculo em borracha. Quando o tubo é colocado no receptáculo, exerce pressão sobre este. Desse modo, aciona o motor elétrico, que transmite um movimento orbital de baixa amplitude e alta velocidade ao tubo de ensaio e à solução nele contida.

Também existem agitadores que, em vez desse receptáculo, possuem um suporte específico para agitar vários tubos em simultâneo ou microplacas.

Estes são os critérios de escolha de um agitador Vórtex: 

• Amplitude do movimento orbital: pode variar alguns milímetros no máximo e deve corresponder às exigências das aplicações previstas.
• Modo de operação: os agitadores com modo touch são acionados pela pressão do tubo no receptáculo. Os modelos com suportes para microplacas ou para vários tubos funcionam em modo contínuo e são acionados por meio de um botão. Existem agitadores com os dois modos de operação e aos quais é possível adaptar diferentes receptáculos e suportes.  
• Velocidade fixa/variável: os agitadores mais simples (e mais acessíveis) têm uma velocidade de rotação fixa, mas a maioria dos modelos oferece a possibilidade de ajustar a velocidade de agitação dentro de uma determinada faixa.
• Analógico ou digital: os agitadores digitais permitem ajustar de forma precisa a velocidade de rotação, o que é essencial em aplicações que exijam parâmetros reprodutíveis.
• Timer (temporizador): os modelos com timer possibilitam o controle rigoroso do tempo de agitação.

Agitador rotativo da FALC Instruments

Os agitadores rotativos e os agitadores de rolos são indicados para amostras frágeis ou viscosas acondicionadas em tubos fechados. São frequentemente usados para homogeneizar amostras de sangue.

Há várias configurações de agitadores rotativos, mas que funcionam segundo o mesmo princípio: os tubos de coleta são colocados num suporte que gira a uma velocidade relativamente baixa (inferior a 50 rpm), a fim de homogeneizar suavemente o conteúdo dos recipientes.

No caso específico dos agitadores de rolos (ou tipo Roller), os tubos de ensaio são colocados sobre rolos e submetidos a um duplo movimento de rolamento e oscilação.

Estes são os critérios que importa levar em conta ao escolher um agitador rotativo ou de rolos:

• Capacidade (quantidade de tubos): o número de rolos e o tamanho do suporte ditam o número de tubos que o equipamento poderá processar em simultâneo.
• Velocidade de agitação: tal como nos outros agitadores, a velocidade de rotação é um parâmetro importante e será útil poder ajustá-la. Os modelos com indicador digital da velocidade garantem maior precisão e repetibilidade.
• Ângulo do eixo de rotação: tem um efeito direto sobre a movimentação do líquido no interior dos tubos e, por conseguinte, sobre a mistura obtida. A rotação dos tubos na horizontal proporciona uma agitação mínima, ao passo que a rotação na vertical faz o líquido deslocar‑se dentro do tubo, promovendo assim uma agitação enérgica. Existem agitadores com ângulo de rotação fixo e agitadores que oferecem a possibilidade de ajustar esse ângulo conforme as necessidades. Poder definir o ângulo com precisão constitui uma grande vantagem para aplicações que exijam uma boa repetibilidade dos resultados.
• Timer (temporizador): um temporizador integrado para programar o tempo de agitação é igualmente muito útil.

Agitador de rolos da DLAB

Estes agitadores possuem uma plataforma que é adequada à maioria dos recipientes, como microtubos de centrifugação, placas de Petri, placas de microtitulação, frascos Erlenmeyer, etc. A plataforma pode ser simples, ter uma superfície antiderrapante ou ser complementada com suportes específicos para diferentes tipos de recipientes. Também é possível empilhar várias plataformas a fim de aumentar a quantidade de recipientes que podem ser agitados em simultâneo.

A diferença entre esses agitadores está no tipo de movimento da plataforma.

No caso dos agitadores orbitais, ou mesas agitadoras orbitais, a plataforma move-se horizontalmente, descrevendo uma órbita circular. Cria, assim, um movimento de agitação circular do líquido dentro do recipiente, ideal para promover a aeração da amostra.

Nos agitadores lineares, ou recíprocos, a plataforma efetua movimentos alternados para a frente e para trás, mais agressivos do que o movimento orbital.

Os agitadores gangorra oferecem uma agitação pouco agressiva para as amostras, pois a plataforma executa um movimento lateral, oscilante, gerando ondulação na amostra. O agitador 3D combina o movimento de balanço lateral tipo gangorra com a rotação em torno de um eixo vertical. Esse movimento tridimensional causa a agitação suave do líquido, sendo ideal para amostras com células frágeis.

Estes são os critérios que importa levar em conta ao escolher um desses agitadores de plataforma:

• Natureza das amostras: a ter em consideração especialmente quando as amostras contêm células vivas, que podem ser mais ou menos frágeis, dependendo do tipo e da origem das células. A fragilidade das amostras deve ser tida em conta quando se escolhe a velocidade e a amplitude de movimentos do agitador.
• Faixa de velocidades do agitador.
• Quantidade, tipo e volume dos recipientes: vão determinar, em grande parte, o tipo de plataforma e os equipamentos que será necessário utilizar. Também se deve ter em atenção o peso das amostras e a altura dos recipientes. Devido ao tipo de movimentos destes agitadores, elementos pesados ou altos exigem certos cuidados, como reduzir a velocidade de agitação.

Agitador orbital da Eppendorf